Devaneios de uma
manhã
Acordo pela manhã e não consigo
parar de pensar em sair deste lugar, que não há futuro, reconhecimento ou
qualquer tipo de perspectiva que eu possa vir algum dia ter. Eu apenas consigo
imaginar que este lugar não é para mim, talvez não seja para ninguém ou ninguém
tem o nível deste lugar que aparentemente na minha percepção é bem baixo.
Contudo, amanhã continua fria e
ensolarada como de costume, todos correm para algum lugar com pensamentos que
ninguém sabe e assim continuo a observar neste ônibus lotado como de praxe e
nada me tira da cabeça o quão inadmissível é a minha permanência neste estado
decadente que sempre esteve em decadência um pequeno ponto do mapa chamado
Espírito Santo.
E este maldito impostômetro em
meio a Reta da Penha que todo dia eu vejo e nem por um instante para de
aumentar e isto é bem mais uma prova da insignificância deste estado que é o
grande burro de carga do Brasil que nada ganha. Percebi que não é do
impostômetro que eu odeio e sim do que ele representa para todos. O dinheiro
que todos odeiam dividir. Gastar só em grandes partes e perder é revoltante.
Será que um dia isto vai mudar ou
será que estaremos na mesma situação. É ruim achar que não está bom como esta
ou que aqui possa mudar e melhorar, talvez seja mais patriota pensar assim do
que gritar por futebol para os quatro ventos. Talvez eu fosse até mais feliz se
eu gostasse de ser uma destas fanáticas, mas não sou.
Um talvez é bem melhor do que um
não, eu presumo. Pois a como modificar sem pré um talvez por que não é uma
afirmação nem uma negação é apenas uma interrogação. Talvez possa ser que eu
goste deste lugar, mas não acho aceitável o que fazem com ele o diminuindo tão.
É talvez seja isso, talvez eu ame
o Espírito Santo só não dou espaço para que este amor cresça, talvez seja difícil
de mais e revoltoso de mais. Por que apesar dos defeitos a gigantes qualidades
que eu vejo o tempo todo mais não percebo, pois esta rodeado de defeitos coisas
ruins que não se perdem através dos anos.