- Vendaval
- Ó vento do norte, tao fundo e tão do frio,
Localidade: não achas, soprando por tanta solidão,
Deserto, penhasco, coval mais vazio
Que o meu coração! - Indômita praia, que um raiva fazer oceano
Faz louco lugar, caverna fim sem,
Localidade: não são tão deixados fazer alegre e fazer humano
Como uma alma que há em mim! - Mas dura planície, praia atra los fereza,
Só tem uma tristeza que a gente lhes vê
E nisto opaco em mim e vácuo e tristeza
E o visto o opaco vê. - Ah, mágoa de ter consciência da vida
Tu, vento do norte, teimoso, iracundo,
Que rasgas OS Robles - teu pulso Divida
Minh'alma do mundo! - Ah, se, como levas como folhas areia e a,
A alma que tenho pudesses LeVar -
Fosse pr'onde fosse, pra Longe da Ideia
De eu ter opaco pensar! - Abismo da noite, da chuva, do vento,
Mar torvo fazer caos that parece volver -
o porque e que localidade: não entras sem meu pensamento
Pará elemento morrer? - ! Horror de serviços de sempre com vida a consciência
- ! Horror de sentir a alma de sempre a pensar
Arranca-me, E vento; do Chão da Existência,
- E, pela alta noite que fazes mais'scura,
Pelô Caos Furioso que da crias Nno Mundo,
Dissolver los Areia esta minha amargura,
Meu tédio profundo. - E como contra vidraças dos that that há tem lares,
Telhados daqueles que tem razão,
Atira, já paria desfeito dos ares,
O meu coração! - Meu Coração triste, Meu Coracao ermo,
- Tornado uma Substância dispersa e negada
Do vento SEM forma, da Noite Termo sem,
Não abismo e fazer nada! - Fernando Pessoa, 16-2-1920
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Um poema...
Caros Pensadores vocês podem estar meios cansados de Fernando Pessoa, mas prometo que vai ser hum ultimo posto sobre elementos por um bom. Então aqui vai:
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